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Transformando romances em aventuras concretas ou Um curso de montanhismo muito bem conduzido.

por Ivan Bordin, aluno do CBM 2o. semestre de 2013 Não me lembro como descobri o site. Já tinha feito alguma coisa de trekking, rapel, algumas noções de escalada, mas faltava um curso com maior consistência e que promovesse uma deslanchada em direção ao futuro. Pronto! Achei! CAP! Me inscrevi em 41º lugar na lista. Por surpresa, fui chamado na mesma reunião, mas a falta de programação e meu trabalho free lancer me impediam de realizar o curso. Voltei no segundo semestre. Meu nome era o primeiro. Me inscrevi sem dúvidas. No meio do caminho, perdi 2 projetos de trabalho, de bons clientes, mas este ano tenho aberto novas “vias” na minha vida. Além do montanhismo, o atendimento de adolescentes em grupos de terapia (que chega a ser muito mais perigoso do que muita montanha) e o trabalho como analista de pesquisa qualitativa que continua. A primeira aula com o Corneto foi surpreendente. História, filosofia, montanhismo, política, alguém que sabe costurar diversos assuntos de forma inteligente, sem perder o pé. As aulas teóricas se sucederam trazendo novas informações. O grupo unido, se conhecendo, e as instruções transmitidas geravam mais ansiedade do que vinha pela frente. Pico dos Marins foi puxado. Filhote (Lukas) avaliou como 3 de dificuldade. Pedra da Mina, dificuldade bem maior, 6. Fomos ansiosos. Todos deram conta do recado e achamos mais fácil que o anterior. O Ralph não foi, mas sua foto impressa estava no cume conosco! Noções de grupo, rota, cuidado com água e alimentação, mochila, equipamentos, barraca fizeram parte da saída. O Sergio e o Fábio revezavam-se na transmissão de noções e deixavam o grupo literalmente se virar. Quem é o líder? Como está o grupo? Se perderam? Onde estão os batedores? Fizemos o cume, e toca para baixo no dia seguinte. A noite na 90 graus. Noções de Primeiros Socorros com o Tércio. Troca de informações pelo próprio grupo. Noções de navegação com o Duek. Pedra Bela e Visual das Águas. Tudo muda! Saem as grandes caminhadas. Entram as rochas e paredões. Entra a teoria e a prática da escalada dada pelo Belo e o Sérgio. Ancoragem, auto seguro, a parada, mosquetões, a prática dos nós, os diversos cuidados, a corda e sua alma. Chegada na Pedra Bela. Sergio: “Subam de qualquer jeito!”. O coração já dispara. Subo, e agora como desço? Não vou subir mais. Dá um pânico. Depois no final do dia, várias escaladas até uma boa altura, com o top rope. A aprendizagem no auto seguro na parada. 7 vidas. Como abrir um mosquetão, sem morrer? Morri. 6 vidas. Lembrei do fiel, explicado várias vezes. Opa, consegui! E por aí vai. A aprendizagem vai acontecendo de forma consistente e solidificada. É lógica, segue as regras da física, o bom senso…não que isto seja muito fácil pendurado há 15 metros do chão há mais de 1 hora, mas você vai aprendendo e sentindo mais segurança e satisfação na escalada. Não conseguir subir outra via traz uma sensação de insatisfação. Novo dia. Alma renovada. Visual das Águas. Paredão de pedra, no meio da mata, com uma bela vista da represa. Chegar na parada revela-se uma grande satisfação. Ficar 2h parado lá em cima, curtindo o visual e o vento valem a pena. (apesar da impressão que a perna vai gangrenar!!!…desespero!) Descer de rapel é gostoso. Todos ajudam. O grupo brinca. Todos os instrutores são sérios, atentos e dedicados. Não é fácil ensinar, fazendo com que o próprio aluno descubra a solução, ou lembre dela. A Michele ajudando o Adauto na via foi o momento da transposição. Dificuldades! O corpo vai, não vai, a mão transpira, o medo vem. Não vou cair. O pé escorrega várias vezes. Cansa. A mão falta. De repente o corpo se empertiga e sobe. O joelho faz força e o corpo alça para mais um ponto com uma nova questão a ser solucionada (entre vários palavrões!). Qual o caminho para continuar subindo? Onde colocar a mão? Onde vai o pé esquerdo? Como esticar a perna e depois sustentar o peso do corpo com o pé direito naquele pequeno vão? Como? Escorregar é um movimento constante. Cheguei! Que bom! A postura, a motivação, a autoconfiança impactam na subida. Algumas vias são mais difíceis. Pergunto ao Felipe: “Onde se compra autoconfiança”. Ele: “Lá em cima tem um pouco”. Bela frase! A volta para São Paulo traz uma sensação de plenitude. Enfim, os finais de semana e as noites de quarta-feira nunca mais foram as mesmas! Tornaram-se bem melhores! Quero agradecer a todos os instrutores e ao grupo pelos bons momentos vividos!


22 de setembro de 2013

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