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Itatiaia – 07, 08 e 09/07/2007

Por Fabio Yoshikazu Kanashiro (trechos de Marcos Preto)

9 de julho de 2007, segunda feira. 75 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. Ótimo motivo para pegar o carro e ir para Itatiaia, o lugar que mais gostei no CBM, pela beleza e variedade de opções oferecidas de escaladas e caminhadas. Saímos eu, meu irmão (Fernando) e meu amigo (Daniel). Chegamos no dia 07/07 entre 07:30 – 08:00 da madrugada no Alsene, onde fomos montar nossas barracas. O camping já estava lotado, mostrando que teríamos congestionamento nas vias. Daniel não estava bem e ficou na barraca, enquanto eu, Fernando, Marcos Preto e Paula fomos ao Prateleiras. Preto e Paula estavam decididos a irem pela via norte, enquanto eu deixei o Fernando decidir por qual via iríamos. Ao saber que a via sul era a mais fácil, quis ir para a via norte para domar o cavalinho. Caminhamos em um ritmo forte, com um sol escaldante sobre nossas cabeças. Tempo aberto, nenhuma nuvem no céu, o que nos proporcionou uma vista muito boa. Chegamos ao cavalinho e o Preto sugeriu que eu guiasse primeiro, com meu irmão dando segurança. Aceitei, apesar de saber que confiar no irmão mais novo é sempre roubada. Ele sempre pode lembrar daquele doce roubado, do carrinho maldoso no futebol de rua, das figurinhas dele que você pegou para completar seu álbum…. mas felizmente a primeira segurança para guia dele foi certíssima e deu tudo certo. Passaram depois a Paula (guiando) e o Preto e seguimos em frente até o cume. Chegamos e assinamos o livro do Prateleiras em um ensolarado 07/07/07. Rapelamos até a base da Idalício (ainda vou guiar esta via) e voltamos andando pela via sul. Chegamos cedo ao Alsene (umas 17:00) e lá encontrei / conheci diversas pessoas, segundo o Preto de várias gerações CBM:

1998: Sergio Vaz 2001: Ricardo Nonaka 2003: Marcos Preto 2004: Elenita 2005: Andrea e Paulo 2007: Fabio (eu) Jantamos muito bem (o Paulo e a Andrea levaram até uma feijoada!!!) e combinei com o Erich e a Elenita de subir ao Agulhas para assinar o famigerado livro. Acordaríamos às 6:20 da madrugada, mas às 5:30 eu já estava acordado, pois tínhamos ido dormir muito cedo. Chegamos bem cedo na portaria do Parque (eu, Fernando, Daniel, Erich e Elenita) e fomos todos no carro da Elenita (o famoso “Moranguinho”) até o Rebouças. Lá tomamos um café da manhã reforçado e nos preparamos para a longa caminhada. Começamos a andar e no rampão depois da Pedra da Coroa resolvemos ir pela via normal, uma vez que o Pontão Ricardo Gonçalves (vulgo Ricardão) encontrava-se congestionado. Subimos com uma certa lentidão por esta via, uma vez que em muitos lugares era complicado subir e precisávamos fazer segurança. Todos foram muito bem (modéstia à parte) e chegamos ao “pré-cume”. Se não me engano, eram umas 14:00 quando lá chegamos. Havia muita gente, mas poucos tinham ido ao livro. Após o Erich resgatar a corda de um grupo de orientais, descansamos e fizemos um lanche, preparando-nos psicologicamente para o ataque ao livro. Digo, ataque ao cume. Rapelamos até a base da via e o Erich gentilmente deixou que eu guiasse a via até o livro. A via era bem curta e tinha apenas uma chapa branca podrona antes do crux. Felizmente tinha levado alguns nuts e friends e havia uma fenda ótima para colocar a proteção móvel. Subimos ao cume apenas eu a Elenita e o Erich, enquanto Daniel e Fernando deixaram para assinar o livro numa próxima visita ao Itatiaia. Assinamos (detalhe, o Erich levou até caneta reserva!) e fizemos algumas fotos-palhaçadas com o livro e resolvemos voltar logo, pois estava começando a ficar tarde. Rapelamos até a base do cume, onde descobrimos que a corda havia enroscado no precipício. Aproveitei para “jogar fora” um oito do Grupo Escoteiro, que vou repor com um ATC novinho. O problema é que foi um mosquetão junto… =( O Erich então rapelou para resgatar a corda, enquanto eu subia de volta para o pré-cume (uma chaminezinha sinistra onde tomei uns 2 tombos). Preparei a segurança para a Elenita enquanto o Erich prussikava de volta. Assim que este chegou, a Elenita subiu e se juntou a nós e logo depois veio o Erich. Eram umas 16:30 quando nos preparamos para descer de volta pela via do Ricardão. Procuramos andar com o máximo de segurança e nos rapéis tivemos de ensinar o Daniel, que nada sabia de escalada e só não morreu devido à segurança que a Elenita fez no rapel dele. Normal para quem nunca tinha rapelado antes. Chegamos a um ponto onde a descida era complicada e resolvemos improvisar um rapel laçando uma fita numa pedra. Desci primeiro e para aproveitar o rapel ao máximo desci os 30 metros de corda disponíveis. Vieram em seguida Daniel e Fernando. Sugeri ao Erich e à Elenita que fôssemos na frente para ir montando o outro rapel (putz!) enquanto a Elenita esperaria o Erich. Os dois concordaram, pois o sol já estava se pondo e fomos andando. Em um certo momento a trilha ficou muito estranha e percebi que o Prateleiras e o Couto estavam muito à direita de onde deveriam estar. Procurei o caminho à esquerda e percebi que estávamos completamente errados, pois avistei o rampão e a Pedra da Coroa. Fernando viu e concordou comigo que tínhamos errado o caminho e resolvemos “corrigir” a rota, fazendo uma travessia para o rampão. Foi, talvez, o momento mais perigoso do dia, uma vez que passamos por um local que com certeza não era uma trilha comum. Felizmente, chegamos ao rampão inteiros, onde deixei o Fernando e o Daniel junto com a minha mochila. Como tínhamos passado do rapel, onde nos encontraríamos, resolvi voltar até a florestinha. Já estava muito preocupado com o Erich e a Elenita, com medo que eles se perdessem nos procurando. Eles também se preocuparam muito conosco. Fui até a base do rapel e esperei por vários minutos, gritando pelo nome dos dois, sem resposta alguma. Foi quando em um dado momento, meu chamado foi respondido. Não pelo Erich, mas pelo Pedro do CEU. Ele e a Mariana estavam descendo pela mesma via em que estávamos, mas não haviam encontrado o Erich e a Elenita. Minha preocupação só aumentava e imaginei que os dois deveriam ter se perdido no mesmo local que nós. Dito e feito, depois de alguns minutos que duraram uma eternidade, ouvimos o Erich e a Elenita nos chamando no mesmo lugar onde havíamos nos perdido. Como estava bem escuro (eram quase 18:00) achamos perigoso que eles fizessem a mesma travessia que eu havia feito e então a Mariana iluminou o caminho até a base do rapel. Eles voltaram com sucesso graças à sinalização. Quando chegaram lá, a Mariana voltou e ia começar a descer com o Pedro. Pedi aos dois que levassem o Daniel e o Fernando, uma vez que eram pessoas menos experientes e eu não queria que enfrentassem a caminhada noturna conosco. Além disso, eu tinha a certeza que chegariam sãos e salvos guiados pelo Pedro e a Mariana. Os dois nos ajudaram muito e vou ficar devendo esta pra sempre. Esperei Erich e Elenita descerem do rapel e iniciamos nossa caminhada noturna. Ficamos muito tranqüilos, eu e o Erich nos sentíamos praticamente em um jogo noturno nos tempos de escoteiros. Estávamos apenas cansados e famintos, paramos para fazer um lanche e iniciamos o rastreamento da trilha. Eu e o Erich procuramos a trilha certa várias vezes, erramos algumas, mas felizmente conseguimos seguir na direção correta, seguindo pegadas, totens, setas e as trilhas marcadas. Andamos devagar, para que não acontecesse nenhum acidente. Quando cruzamos o riozinho que tem logo na primeira meia hora de caminhada para o Agulhas saindo do Rebouças, ficamos felizes, pois sabíamos que estávamos muito perto. Continuamos andando e, quase chegando no Rebouças, encontramos dois guias que tinham ido nos resgatar. Andamos menos de 10 minutos quando encontramos no Rebouças Daniel e Fernando (que já estava passando muito frio). Agradecemos aos guias e fomos para o Moranguinho. Na portaria do Parque ainda fizemos um relatório e chegamos no Alsene umas 22:00. Logo encontramos o Preto e o Sérgio que estavam muito preocupados conosco. Tranqüilizamos a todos e, felizmente, apesar de todos os atrasos, deu tudo certo. Fomos direto dormir (ninguém exceto eu quis comer ou tomar banho), pois estava muito frio e estávamos cansados. Apenas eu fiz um favor para o Preto: limpar a panela dele que tinha a tal gororoba de bolacha cream cracker com patê de atum. No dia seguinte, já era o dia de ir embora e tínhamos combinado no dia anterior de comer umas trutas na beira da estrada, num restaurante bem conhecido pela Elenita. Saímos eu, Daniel e Fernando para escalar na pedra na frente do Alsene. Entrei numa via de 3° grau, rapelei e encontrei o Preto por ali. Fui com ele para que me mostrasse uma via em móvel (eu estava com vontade de usar os friends e nuts que havia levado). Entrei na via, mas acabei ficando com medo logo depois de colocar a primeira proteção. Resolvi descer pois não senti segurança no que estava fazendo (ou seja, deu um cagaço). Finalmente, fomos atacar as trutas! Muito bem servidas, com arroz, feijão, salada, batata frita e uma farofa deliciosa, foram rapidamente devoradas por todos. Teve gente que comeu até a cabeça da truta! Limpamos os pratos, pagamos a conta e então pegamos a estrada de volta. Senti uma tristeza e certo arrependimento por ter desistido da tal via em móvel, mas pretendo voltar a Itatiaia para fazê-la até o fim. Tenho certeza que esta foi apenas a segunda das muitas vezes que terei ido ao Itatiaia.


19 de julho de 2007

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